Cada sedimento do meu ser
implacável e delirante
Percorre entre veias
e objetos conflitantes
um irremediável pavor
Cada parte que toca
e retoca
Desconstrói símbolos remotos
da incapacidade do saber
de um futuro que prospera torto
Cada tempo que oculta
Afasta malévolos pensamentos
bate a porta do desalento
Transmuta a dor e o sofrimento
e morre
Cada linha escrita ao vazio
Solitária, pobre, sem ninho
Se desfaz na imensidão tortuosa
numa canção melancólica
e deveras numa prosa.
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