sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Solidão


Quis fazer versos essa noite.
Rimas bobas e simples para meus travesseiros.
Desconcertante foram as idéias que passaram
como flash na minha cabeça.
Doeu.
Quis evitar o barulho das árvores do lado de fora.
Quis também nascer de novo.
Ser menos fraca, romântica e impulsiva.
Menos ridícula.
Tentei rir dos meus acertos e pesar pelos meus erros.
Não adiantou.
A solidão que me devora na madrugada
engole os cacos que sobraram de mim.
Junto as peças.
Construo novos pilares.
Sustentadas estão as linhas embaralhadas dos cadernos.
Ainda escrevo a mão.
Escrevo deixando rasuras nessa alma de poeta torta.
Quis ter uma máquina do tempo.
Um teletransporte.
Algo que pudesse apagar sentimentos
e reavivar lembranças.
O tempo não dá tempo.
Não retrocede,
não modifica
e nem adianta.
Lenvanto-me devagar
uma tontura súbita me enlouquece.
Pego papéis,
rasgo cartas.
Rabisco minha vida em tinta que sangra.
Só que hoje,
o sangue corre mais doce em minhas pequenas veias.
Me abraço ao que tenho.
Choro.
E sigo adiante.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Amanhã??

Dias que passam devagar
Agonia do amanhã
Não saber o que dizer e o que pensar
Folhas que caem na manhã

Viver de outono não é o que quero
Desejos incontroláveis de um beijo seu
Queria não sentir e espero
jamais voltar ao amor que morreu

Lutar nem sempre é a questão
de que adianta derramar lágrimas
sobre o chão?

Nessas horas que são
no tempo que nunca sai
direi da paixão que se esvai pelos meus dedos
o quanto foi em vão a infinutude de um coração.

Noite de elite


Mais um Prêmio Embratel..
Noite de encontrar os amigos e coleguinhas loucos perambulando pelo Canecão. Todo Prêmio é assim, família reunida e sorrisos espalhados.
Mal a apresentação começa e se inicia a fanfarronice. Assovios, palmas e gritos, e claro, palavras de carinho para aqueles que conhecemos.
Murício Menezes não cansa de ser engraçado. Sempre sobe no palco com uma nova piadinha para contar. Muitos o adoram. Mas ninguém sabe que aquele homem de quase dois metros de altura, dormiu bebâdo na minha cama e da Rá, num desses encontros de jornalistas. Enfim, o cara é um mala.
O grande prêmio desse ano, foi para o Eduardo Faustini, cabeçudo mor,que me prometeu umas fitas de uma série que ele fez sobre Cuba. Espero que não seja mais um papo de carioca, e que realmente ele me manda os vídeos para que eu posso desfrutar da saudade que sinto daquele lugar.
Muita cerveja, muita comida. O show do Casuarina foi impagável. Dançamos muito, todos bebâdos no meio do salão.
Noite de elite, somos quase patrões. Mamãe é a presidente do júri e a pessoa que inventou o Prèmio. Tiramos onda, andamos de lado e conversamos com pessoas desconhecidas. Um velho amigo derruba minha cerveja, já está mal, me tira para dançar e diz que temos que ir ao palco. A proposta não foi aceita, porque com certeza ele iria me derrubar de cima daquele lugar. A mulher que estava sentada ao lado, estava irritada com nossa presença. Acredito que algumas pessoas não podem ver as outras felizes e se divertindo.
Cabeça paquera a gringa. Uma canadense no samba. Professora dele de inglês, a qual ele não consegue pegar. É amigo, ou você está fraco, ou realmente a mulher não te entende. Afinal, speak in english nem sempre é fácil. Ok, baby, im waiting in you.
A festa acaba cedo, recolhemos todos os resquícios de cerva do salão, baldes se concetram em nossas mesas. As luzes já estão acesas. Os seguranças não aguentam mais nossas caras de bebâdos, nos mandam ir embora. E mais uma vez, somos expulsos da festa. Será que queremos demais ou esse pessoal é que está velho para ficar até mais tarde?? Zero 2 , pede para sair, Zero 2. Nunca será....
Brincadeiras de lado, seguimos para outro bar. Bem, não era bem um bar, era apenas o cara do isopor na frente do Canecão lucrando com nossa loucura. Alí permancemos, sorridentes e felizes por estarmos mais uma noite juntos. Anabelly é puxada pela cordinha, Raissa minha alma chique faz xixi na rua, Cabeça está indignado, Luzia resolve ir embora e Jocozinho faz amigos.
Já é tarde, meu irmão já não aguenta mais tanta conversa fiada. Pego o carro levemente sóbria e levo Moreco em casa. Pandero e Igor dormem e me deixam sozinha dirigindo, filhos da puta. São e salvos chegamos em casa, encontro meu filho e venho para o quarto dormir. Sonho com a quantidade de sorrisos recebidos e com as milhares de merdas conversadas. Será que um dia a gente muda?
Acho melhor que não....

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Meus amigos ...

Ando pensando muito nos meus amigos ultimamente e no quanto é bom ter eles por perto.
Hoje recebi uma ligação misteriosa , dizia ser um admirador e me chamava de senhorita Caetano. Morri de rir. No final das contas, era Andrezinho,meu querido. Pensei que já estivesse num cruzeiro pelo mundo e ele bem aqui pertinho em nikiti. Bom, são saudades que ainda hei de matar.
Falando desses locos que me rodeiam, fim de semana foi ótimo. Ganhei um brinde inesquecível do Victão. Por sinal Cesinha e ele continuam impagáveis. Batman e Robin, São Cosme e Damião, como vocês preferirem, eles vivem juntos mesmo. E me tiram boas gargalhadas.
Moreco, Dona Raissa, nem se fala. Minha metade, minha alma gêmea. Vocês acreditam que semana passada descobri, depois de mais de 15 anos de convivência, que ela é uma artista nata. Bailarina e pianista. Podem acreditar. Ela até se arriscou (claro depois de uma doses a mais) a fazer alguns passos no meio da formatura do meu irmão. Chamou a atenção de todos os seguranças e "barmans" que rodavam a área. Sem contar que a louca fala dormindo, pensa que está dirigindo e é total a favor de dar florais para nossos bichos. Vai entender.

Amigos amigos.. porque tê-los??
Mas se não tê-los. Como sabê-los?

Só tem doido na parada. Loreninha, minha irmâzinha surfista e a mais sequelada de todos os amigos possíveis. Essa sim, come com farinha. Ainda no aeroporto a magrela pulou encima de mim e me abriu um sorriso que pagaria meu mundo. Aqueles olhos amarelos já me renderam muita história. "Dos gardenias para ti, con ellas quiero decir. Te quiero Te adoro" Muitas lembranças que não vou colocar aqui senão a figura me mata.
Cabeça, tatu, tatuí. Boêmio, bebâdo e tudo de bom. Esse companheiro me tira do sério. Acredita que semana passada chegou de porre aqui em casa, saiu entrando e nem ligou para a Giga (carinhoso nome da minha dog alemã). Ainda tive que pagar o táxi e emprestar uma camisa do Alaor para ele ir trabalhar no dia seguinte. Dia desses também fomos a praia sem sol, tomamos uma, comemos sacolé e conversamos horas sem ter nada para fazer. Meu irmão, já cuidou de mim em muitas bebedeiras, choros e perrengues. Esse eu não troco.
Anabelly Pontes , piriquita mor. Ainda não sabemos da onde o pai dela tirou esse nome, mas diz a lenda que foi de Hollywood. Essa é figura braba e muito econômica. Cinco copos de cerveja e já sai contando para todo mundo as peripécias da Xuxa e o que o Bozo fazia com o tal telefone vermelho. A sandalinha havaiana rosa é sua predileta.
Luzia. Luiza Noya. Pessoa grande. Aquela que a gente se garante quando rola uma briga. Passaria horas contando seus traumas de infância... Ela não tem papas na língua, fala o quer, arruma amigos sem conversar e protege as pequenas das confusões.
Essas figuras eternas fazem a minha vida fazer sentido.
Lembrando aqui também do Animal, querido soneca, fanfarrão, que semana passada dormiu no carro do Câmara na Lapa e depois entrou no Zona Sul as sete da manhã e não queria sair. Quase derrubou tudo dentro do supermercado e a Larica teve o maior trabalho de convencer ele a ir embora.
Manelito, fofíssimo, que ainda não encontrei e que morro de saudade. Esse sim botava fé em mim,e acreditava que eu ia virar cantora. hehehe
Bruno Postiga, beautiful, que fica de cueca na casa da chefe. Edu Aveiro, flamenguista e cachaceiro. Daniel Pereira meu querido sambista e Rafael Gigante protistuto máximo.
E só para completar, meus dois brothers, os amores da minha vida: meus irmãos. Eles cresceram demais nesses últimos anos e olha que já limpei muito a bunda dos marmanjos. Eles são tudo que eu mais amo na minha vida. São meu porto seguro.
Ah, e não podia esquecer, Shuan, meu filho. Ele acha que é gente, resmunga, peida e ronca de madrugada. Mas me faz companhia como ninguém e me ama incondicionalmente.

Aqueles que não citei não foram deixados de lado, tenho muitos amigos e todos eles têm seu lugarzinho guardado.
Quando voltei para o Brasil achei que a vida ia ser difícil, porém essas figuras fazem os meus dias plenos. Enchem minha vida de alegria, de sorrisos e trazem o que é melhor deles para mim.
Obrigada por existirem.

"Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!"

sábado, 24 de novembro de 2007

Quase...


Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase.
É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono. Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados.
Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz.
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance; para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma.
Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

(Sarah Westphal Batista da Silva)

Caminhos se desencontram?

Subindo a ladeira
Descendo a avenida
Carros na contramão
Sinais tortos
Placas adulteradas
Tremores nas mãos

Esquinas que se partem
sem sentido
na correria cotidiana
das palavras nunca ditas

Refaço o caminho
Reflito
Infeliz do moinho que não se moveu

O poste desviado
O coração despedaçado
As luzes que se vão....

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Poema em linha reta



"Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil.
Eu tantas vezes irrespondívelmente parasita,
Indesculpavelmente parasita.
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante.
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo
Toda gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho;
Nunca foi senão príncipe – todos eles príncipes – na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma covardia!
Não, são todos o "Ideal", se os ouço e me falam.
Que há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?"

Fernando Pessoa

Se só pensando é que se sente,
talvez seja melhor não pensar.
Fazer de conta, sonhar, pular fora,
jogar palavras ao vento, deixar de ser.
Desmaterializar as coisas irritantes que são reais demais
e se envolver somente em fantasia.
Sorrir para o espelho, dançar nua em casa,
sentir raiva dos seus pés tortos
e mesmo assim achar graça das imperfeições humanas.
Cantar no chuveiro, comer um pote de sorvete
de creme sem culpa,
fazer bolhas de sabão, andar a noite pelas ruas.
Tomar uma cerveja tão gelada que chega a doer a cabeça,
um banho de mar para lavar os maus
cuidar do seu cachorro que acha que é gente
e deitar na cama achando que está nas nuvens.
Se a vida fosse perfeita,
todos os dias poderiam ser assim.
Esqueceríamos as dores, o sofrimento
e as dificuldades.
E os obstáculos seriam apenas
algodões doces para a alma.

domingo, 18 de novembro de 2007


"Largue-se,
e você será mais do que jamais sonhou ser"

(Janis Joplin)

Nada melhor do que fazer nada


Chocolate, tutti fruti, frutos do mar, whisky. Rir , ler, viajar, namorar, música, cinema, sexo e amigos. Essas são as pequenas coisas que me deixam feliz, porém não importa o que digam os hiperativos homens e mulheres modernos , nada é mais prazeroso do que o ócio.
Passar uma tarde de segunda-feira sem ter absolutamente nada para fazer, não tem preço. Uma boa cama, um bom travesseiro, TV ligada, livros ao redor, um quarto escuro, dormir sem ter hora para acordar. Fazer nada dá um trabalho tremendo e exige certa desenvoltura. São anos de prática de pura preguiça e criatividade ociosa.
Há quem diga que não ter nada para fazer é uma chatice entediante. Há outros que acreditam que a preguiça é o mau da humanidade. Posso dizer que essas pessoas são maus preguiçosos.
Dorival Caymmi com seus 80 anos , não abre mão de sua rede e do seu aconchego. O velho Chinaski ganhou dinheiro com seu jeito vagabundo e com suas histórias. Até mesmo Frederic Nietzsche usou o nada para refletir e filosofar sobre o mundo. Neruda era um admirador da preguiça, assim como Pessoa , que inventou heterônimos para se divertir com a ociosidade.
Posso apostar que as maiores idéias não saíram de momentos de trabalho, que os maiores escritores não fizeram suas prosas em meio as multidões e que os mais pirados físicos e matemáticos não criaram as leis que regem o mundo festejando a vida.
Newton não pensou nas leis naturais dentro de uma sala de aula, Einstein criou a lei da relatividade porque tinha demasiado tempo livre para pensar nela e Kepler formulou as três principais leis da mecânica olhando os astros e as estrelas no ceú.
Quanto tempo eles tinham...
O que seria da vida sem o ócio?
A ode que faço a preguiça não é simplesmente uma vocação. É que pensando nela e no mundo as avessas que vivemos , pude ver que as pessoas não param. Não param para nada. Não param para pensar, não param para olhar quem está ao lado, não param para amar. Talvez seja por isso que o planeta esteja um fiasco.
Então que assim seja, que meu registro valha de alguma coisa. E...
Que viva a preguiça!

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Aos que fazem a minha vida valer à pena


"Meus amigos
são todos assim...
metade loucura,
metade santidade.
Escolho-os não pela pele,
mas pela pupila....
Tem que ter brilho questionador
e tonalidade inquietante.
Amigos... Fico com aqueles
que fazem de mim
"louco" e "santo".
Deles não quero resposta,
quero meu avesso.
Que me tragam
dúvidas e angústias
e agüentem
o que há de pior em mim.
Coisa de louco...
Louco que senta,
horas e horas,
de conversa ou de silêncio
e espera a chegada
da lua cheia...
Amigos, Quero-os santos,
para que não duvidem das diferenças
e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos
pela cara lavada e pela alma exposta.
Não quero risos previsíveis,
nem choros piedosos.
Não quero deles só o ombro ou o colo,
quero também sua maior alegria...
Amigo que não ri junto,
não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim:
metade bobeira,
metade seriedade:
Quero amigos sérios,
daqueles que fazem da realidade
sua fonte de aprendizagem.
Mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos, nem chatos.
Quero-os metade infância e metade velhice.
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto...
E velhos, para que nunca tenham pressa.
Amigos, preciso deles para saber quem eu sou,
pois os vendo loucos e santos,
bobos e sérios, crianças e velhos,
nunca me esquecerei que a normalidade
é uma ilusão... estéril!"

(Autor Desconhecido)

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Versos Íntimos



"Vês?! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo, Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja esta mão vil que te afaga,
Escarra nesta boca que te beija!"


[Augusto dos Anjos]

quarta-feira, 7 de novembro de 2007


Pensando em tudo que foi meu
tudo que já não é
e tudo que se constrói

O sol frio de cada manhã
abre as portas para o desconhecido
são sinais em cada momento

A liberdade que respiro
entra pelas narinas suave e inconstante
vôo para além do horizonte

Me esvaio em palavras
e remotas sensações
Me sinto novamente
assim, louca
no passar das horas
e a cada instante.

domingo, 4 de novembro de 2007

Himno

"Esta manana
hey en el aire la increible fragancia
de las rosas del Paraíso.
En la margem del Eufrátes
Adán descubre la frescura del agua.
Una lluvia de oro cae del cielo;
es el amor de Zeus.
Salta del mar un pez
y y un hombre de Agrigento recordará
haber sido ese pez.
En la caverna cuyo nombre será Altamira
una mano sin cara traza la curva
de um lomo de bisonte.
La lenta mano de Virgilio acaricia
la seda que trajeron
del reino del Emperador Amarillo
las caravanas y las naves.
El primer ruisenor canta en Hungria
Jesus ve en la moneda el perfil de César
Pitágoras revela a su griegos
que la forma del tiempo es la del círculo
En una isla del Oceáno
los lebreles de plata persiguen a los ciervos de oro.
En un yunque forjan la espada
que será fiel a Sigurd.
Whitman canta en Manhatan.
Homero nace en siete ciudades.
Una doncella acaba de apresar
al unicornio blanco.
Todo el pasado vuelve como una ola
y esas antiguas cosas recurren
porque una mujer te ha besado."

(Jorge Luis Borges - Argentina)