terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Medos - Parte I


Ok. Podem dizer que é besteira. Mas para mim há duas coisas que me dão pavor: dentista e bicicleta. Não sei dizer se é trauma de infância ou se é pura maluquice. Olha que quem me conhece sabe que não sou uma pessoa medrosa, já me arrisquei em coisas bem malucas, porém andar de bicicleta e uma cadeira de dentista podem ser muito mais perigosos do que se imagina.
Mãos tremendo, pés que não param de balançar, olhos rodando o ambiente. Lá estava eu, numa tarde ensolarada esperando para ser atendida num daqueles consultórios "chiquerézimos " da Zona Sul. Era como um trem fantasma, quando as luzes piscam e avisam que é hora do susto. A coroa e as meninas que andam pelo lugar, arrumando e ajeitando aquela tal cadeira, sorriem. Não consigo me concentrar e ler o bom livro que tenho na bolsa. Folheio revistas diferentes, vejo a cara do Wagner Moura numa delas, faço de conta que a matéria me interessa. Putz, lá vem ele! Sempre super simpático, meu dentista é um cara moderno. Olha meu dentes e fala no telefone com alguém sobre seu barco que está com problemas. O fone que ele está usando me faz uma alusão louca a Madonna no palco ou a Sandy e Junior cantando. Não consigo relaxar as pernas, elas cruzam e descruzam sem eu perceber. Ouço o maldito som da maquininha. Meus pêlos se arrepiam quase que instantâneamente. Sorte não ter tempo , mais sorte ainda não ter cáries. Me safei dessa e uma simples limpeza foi o que ele disse que faria. Lá vem aquela máquina de novo, tremendo e fazendo barulho. Ridículo eu me babando toda e soltando cuspes por todo lugar. Ufa, acabou! Corri para porta e o sempre falante dentista pediu para que eu ficasse um pouco mais. Conversar? Com dentista? Só se tiver sem dente precisando de ajuda. Saí dali o mais rápido que pude com uma escova que ganhei do danado. Não exitei e mesmo com a boca super ultra mega limpa, fumei aquele cigarro. Observei as lojas em volta e aproveitei para comprar umas meias. Me deparei com uma grande loja de tatuagem. Essa é das minhas. Entrei, comprei um brincos e bolinhas. Me bateu uma vontade louca de ter uma nova tatoo, não resisti. Olhei para body piercing e disse que queria fazer mais um. Ela esterelizou o equipamento e me disse que ia passar uma anestésico. Pensei no dentista e sorri. Que coisa doida!
- Ei, pode fazer sem anéstesico mesmo!

Um comentário:

Cabeça disse...

E eu? Que também tenho medo de dentista ...
O pior é que meu pai é o meu dentista.
Já tô com saudades figura. Mas não vou pensar nisso agora.

bjos