quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Pensando em quão incrível é o velho Ferreira Gullar, fazendo um projeto final sobre arte e cinema com a Dona Raissa, encontrei esse poema abaixo. Já o tinha lido algumas vezes, mas neste momento ele me caiu como uma luva.
Metade de que?
Uma vez me disseram que cada um de nós tem uma alma gêmea,
um complemento.
Não acreditei.
Não sei se foi por puro ceticismo ou para ser realmente do contra.
Depois de tantas decepções, falar de amor já não é fácil.
Metade da laranja?
Esses termos cafonas que nossas mães fizeram questão
de nos ensinar lendo contos de fadas.
O príncipe encantado um dia chega?
Esqueceram de dizer que na verdade a perfeição é um saco,
uma chatice sem fim e que deveríamos amar o imperfeito.
É o imperfeito que tem charme, que quebra a monotonia.
Nos ensinaram tudo errado.

"A idéia de uma pessoa ser o remédio para nossa felicidade,
que nasceu com o romantismo,
está fadada a desaparecer neste início de século.
O amor romântico parte da premissa de que somos uma fração
e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos."

É preciso estar completo , inteiro. Ser um só. E não o outro.
Assim quem sabe as relações poderiam dar certo....

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