terça-feira, 7 de agosto de 2007

Para os que morrem todos os dias, ou os que morremos um pouco de vez em quando:

Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajectos, quem não muda de marca, não arrisca vestir uma cor nova e não fala a quem não conhece;

Morre lentamente quem faz da TV o seu Guru ou quem evita uma paixão,quem não segue os seus impulsos e prefere tudo a preto e branco e os pontos sobre os "is" a um remoinho de emoções, justamente os que não resgatam o brilho de um olhar, um sorriso de um bocejo, e quem tem medo de corações aos tropeções e de sentimentos;

Morre lentamente que não atira os papeis ao ar quando está feliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez ao dia fugir dos conselhos sensatos;

Morre lentamente quem não viaja, não lê,não ouve música, quem nao acha graça a si mesmo, quem destroi o seu amor próprio, quem não se deixa ajudar, quem passa os dias a queixar-se da sua má sorte ou da chuva incessante, quem não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe perguntam sobre algo que sabe. Evitemos a morte em suaves prestações recordando sempre que estar vivo exige mais que
simplesmente respirar.

Se vais enganar, que seja o teu estomago, se vais chorar que seja de alegria, se vais mentir que seja sobre a tua idade, se vais roubar, que seja um beijo, se vais perder, que seja o medo, se tens fome, que seja de amor, e se é para ser feliz,... que o sejas todos os dias!

Pablo Neruda

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