sexta-feira, 24 de agosto de 2007
de que adiantam palavras?
torpes pensamentos de uma mente insana
quem sabe o que na verdade acontece?
não sei por onde andas e nem mais quem és
palavras..palavras..palavras ..
misturadas e confusas
embaralhadas ..
a morte que chega ao longe
já respira sossegada de agonia ..
e se viver essa vida cretina é uma opção
que assim seja ..
nao quero viver de lampejos ..
nao quero viver morrendo ..
e nao quero uma vida feita somente de palavras ...
terça-feira, 21 de agosto de 2007
Vaidade
" Sonho que sou a Poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade!
Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher todo o mundo! E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade!
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!
Sonho que sou Alguém cá neste mundo...
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a terra anda curvada!
E quando mais no céu eu vou sonhando,
E quando mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho...
E não sou nada!..."
Florbela Espanca
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade!
Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher todo o mundo! E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade!
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!
Sonho que sou Alguém cá neste mundo...
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a terra anda curvada!
E quando mais no céu eu vou sonhando,
E quando mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho...
E não sou nada!..."
Florbela Espanca
segunda-feira, 20 de agosto de 2007
"Como é por dentro outra pessoa
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.
Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição de qualquer semelhança
No fundo."
Fernando Pessoa, 1934
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.
Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição de qualquer semelhança
No fundo."
Fernando Pessoa, 1934
"É assim que te quero, amor,
assim, amor, é que eu gosto de ti,
tal como te vestes
e como arranjas
os cabelos e como
a tua boca sorri,
ágil como a água
da fonte sobre as pedras puras,
é assim que te quero, amada,
Ao pão não peço que me ensine,
mas antes que não me falte
em cada dia que passa.
Da luz nada sei, nem donde
vem nem para onde vai,
apenas quero que a luz alumie,
e também não peço à noite explicações,
espero-a e envolve-me,
e assim tu pão e luz
e sombra és.
Chegastes à minha vida
com o que trazias,
feita
de luz e pão e sombra, eu te esperava,
e é assim que preciso de ti,
assim que te amo,
e os que amanhã quiserem ouvir
o que não lhes direi, que o leiam aqui
e retrocedam hoje porque é cedo
para tais argumentos.
Amanhã dar-lhes-emos apenas
uma folha da árvore do nosso amor, uma folha
que há-de cair sobre a terra
como se a tivessem produzido os nosso lábios,
como um beijo caído
das nossas alturas invencíveis
para mostrar o fogo e a ternura
de um amor verdadeiro"
Pablo Neruda
assim, amor, é que eu gosto de ti,
tal como te vestes
e como arranjas
os cabelos e como
a tua boca sorri,
ágil como a água
da fonte sobre as pedras puras,
é assim que te quero, amada,
Ao pão não peço que me ensine,
mas antes que não me falte
em cada dia que passa.
Da luz nada sei, nem donde
vem nem para onde vai,
apenas quero que a luz alumie,
e também não peço à noite explicações,
espero-a e envolve-me,
e assim tu pão e luz
e sombra és.
Chegastes à minha vida
com o que trazias,
feita
de luz e pão e sombra, eu te esperava,
e é assim que preciso de ti,
assim que te amo,
e os que amanhã quiserem ouvir
o que não lhes direi, que o leiam aqui
e retrocedam hoje porque é cedo
para tais argumentos.
Amanhã dar-lhes-emos apenas
uma folha da árvore do nosso amor, uma folha
que há-de cair sobre a terra
como se a tivessem produzido os nosso lábios,
como um beijo caído
das nossas alturas invencíveis
para mostrar o fogo e a ternura
de um amor verdadeiro"
Pablo Neruda
quarta-feira, 8 de agosto de 2007
As vezes entre a tormenta
Às vezes entre a tormenta,
quando já umedeceu,
raia uma nesga no céu,
com que a alma se alimenta.
E às vezes entre o torpor
que não é tormenta da alma,
raia uma espécie de calma
que não conhece o langor.
E, quer num quer noutro caso,
como o mal feito está feito,
restam os versos que deito,
vinho no copo do acaso.
Porque verdadeiramente
sentir é tão complicado
que só andando enganado
é que se crê que se sente.
Sofremos? Os versos pecam.
Mentimos? Os versos falham.
E tudo é chuvas que orvalham
folhas caídas que secam.
Fernando Pessoa
terça-feira, 7 de agosto de 2007
Partida
Nenhum dia se compara a esse dia
Queria que alguma voz me dissesse
que tudo que fiz não foi em vão
Queria que fosse apenas um pesadelo
Alguma voz que me confortasse
Alguma luz que te trouxesse para mim
Como são estúpidas as esperanças,
as expectativas , o otimismo
Te deixo porque não posso mais deixar a mim
Vou embora porque não te tenho
e não posso viver perto de você
Parto porque não me pedes para ficar
E morro de te amar
porque não posso mais seguir
Queria que alguma voz me dissesse
que tudo que fiz não foi em vão
Queria que fosse apenas um pesadelo
Alguma voz que me confortasse
Alguma luz que te trouxesse para mim
Como são estúpidas as esperanças,
as expectativas , o otimismo
Te deixo porque não posso mais deixar a mim
Vou embora porque não te tenho
e não posso viver perto de você
Parto porque não me pedes para ficar
E morro de te amar
porque não posso mais seguir
Para os que morrem todos os dias, ou os que morremos um pouco de vez em quando:
Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajectos, quem não muda de marca, não arrisca vestir uma cor nova e não fala a quem não conhece;
Morre lentamente quem faz da TV o seu Guru ou quem evita uma paixão,quem não segue os seus impulsos e prefere tudo a preto e branco e os pontos sobre os "is" a um remoinho de emoções, justamente os que não resgatam o brilho de um olhar, um sorriso de um bocejo, e quem tem medo de corações aos tropeções e de sentimentos;
Morre lentamente que não atira os papeis ao ar quando está feliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez ao dia fugir dos conselhos sensatos;
Morre lentamente quem não viaja, não lê,não ouve música, quem nao acha graça a si mesmo, quem destroi o seu amor próprio, quem não se deixa ajudar, quem passa os dias a queixar-se da sua má sorte ou da chuva incessante, quem não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe perguntam sobre algo que sabe. Evitemos a morte em suaves prestações recordando sempre que estar vivo exige mais que
simplesmente respirar.
Se vais enganar, que seja o teu estomago, se vais chorar que seja de alegria, se vais mentir que seja sobre a tua idade, se vais roubar, que seja um beijo, se vais perder, que seja o medo, se tens fome, que seja de amor, e se é para ser feliz,... que o sejas todos os dias!
Pablo Neruda
Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajectos, quem não muda de marca, não arrisca vestir uma cor nova e não fala a quem não conhece;
Morre lentamente quem faz da TV o seu Guru ou quem evita uma paixão,quem não segue os seus impulsos e prefere tudo a preto e branco e os pontos sobre os "is" a um remoinho de emoções, justamente os que não resgatam o brilho de um olhar, um sorriso de um bocejo, e quem tem medo de corações aos tropeções e de sentimentos;
Morre lentamente que não atira os papeis ao ar quando está feliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez ao dia fugir dos conselhos sensatos;
Morre lentamente quem não viaja, não lê,não ouve música, quem nao acha graça a si mesmo, quem destroi o seu amor próprio, quem não se deixa ajudar, quem passa os dias a queixar-se da sua má sorte ou da chuva incessante, quem não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe perguntam sobre algo que sabe. Evitemos a morte em suaves prestações recordando sempre que estar vivo exige mais que
simplesmente respirar.
Se vais enganar, que seja o teu estomago, se vais chorar que seja de alegria, se vais mentir que seja sobre a tua idade, se vais roubar, que seja um beijo, se vais perder, que seja o medo, se tens fome, que seja de amor, e se é para ser feliz,... que o sejas todos os dias!
Pablo Neruda
domingo, 5 de agosto de 2007
Lá fora o vento já traz a noite
inconstante e sombria
as luzes da cidade respiram
os carros que posso ver ao longe
voam junto ao meu pesar
Escorre uma lágrima
Doce como um rio
Sublime fronte a solidão
Areias jogadas ao tempo
Pedaços inconfundíveis de lembranças
Mais uma noite se vai
A cortina estreita e branca do meu quarto
já se torna rotina
Minha pele resseca sua ausência
E meu amor se transmuta na distância
Fotos não se fazem presença
somente unificam saudades
Fazem de mim uma pobre errante
Amor que consome minha alma
destrói minha fortaleza
faz pouco do meu sorriso
Afronta minha racionalidade
Sonho em poder beijar o canto da sua boca
e poder enfim
esperar tranquila o sono chegar
inconstante e sombria
as luzes da cidade respiram
os carros que posso ver ao longe
voam junto ao meu pesar
Escorre uma lágrima
Doce como um rio
Sublime fronte a solidão
Areias jogadas ao tempo
Pedaços inconfundíveis de lembranças
Mais uma noite se vai
A cortina estreita e branca do meu quarto
já se torna rotina
Minha pele resseca sua ausência
E meu amor se transmuta na distância
Fotos não se fazem presença
somente unificam saudades
Fazem de mim uma pobre errante
Amor que consome minha alma
destrói minha fortaleza
faz pouco do meu sorriso
Afronta minha racionalidade
Sonho em poder beijar o canto da sua boca
e poder enfim
esperar tranquila o sono chegar
Navegar é Preciso
Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa:
"Navegar é preciso; viver não é preciso".
Quero para mim o espírito [d]esta frase,
transformada a forma para a casar como eu sou:
Viver não é necessário; o que é necessário é criar.
Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso.
Só quero torná-la grande,
ainda que para isso tenha de ser o meu corpo
e a (minha alma) a lenha desse fogo.
Só quero torná-la de toda a humanidade;
ainda que para isso tenha de a perder como minha.
Cada vez mais assim penso.
Cada vez mais ponho da essência anímica do meu sangue
o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir
para a evolução da humanidade.
É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.
Fernando Pessoa
"Navegar é preciso; viver não é preciso".
Quero para mim o espírito [d]esta frase,
transformada a forma para a casar como eu sou:
Viver não é necessário; o que é necessário é criar.
Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso.
Só quero torná-la grande,
ainda que para isso tenha de ser o meu corpo
e a (minha alma) a lenha desse fogo.
Só quero torná-la de toda a humanidade;
ainda que para isso tenha de a perder como minha.
Cada vez mais assim penso.
Cada vez mais ponho da essência anímica do meu sangue
o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir
para a evolução da humanidade.
É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.
Fernando Pessoa
quarta-feira, 1 de agosto de 2007
Escolha
Talvez hoje eu queira simplesmente falar de amor
E me sentir diferente
Deixar de lado um pouco aquela loucura
e a insensatez que tem por vezes me consumido
Não sei do tempo nem das horas
Nem sei ao certo quem sou
Vivo no meio das multidões
sou mais uma alí
que se camufla e se mistura
Mas hoje não.
Hoje as folhas caíram lentamente das árvores
O dia adormeceu sossegado
E algo imcompreensível tomou conta de mim
Tentei esconder, lutei
Fingi que o nada era melhor
E quis tudo de uma vez
Andei só
Ultrapassei a embriaguez
Me enchi de momentos
E morri
Morri nos teus braços
E nesses olhos tristes
Roubei o teu cheiro
Quis te dizer, mas algo me cala
Nossas vidas se confudem
Se fazem e se desfazem
Rompe limites dos amores impossíveis
E cansa..
Desistir talvez fosse mais fácil
Mais óbvio, mais sensato
Mas já não é mais uma escolha.
E me sentir diferente
Deixar de lado um pouco aquela loucura
e a insensatez que tem por vezes me consumido
Não sei do tempo nem das horas
Nem sei ao certo quem sou
Vivo no meio das multidões
sou mais uma alí
que se camufla e se mistura
Mas hoje não.
Hoje as folhas caíram lentamente das árvores
O dia adormeceu sossegado
E algo imcompreensível tomou conta de mim
Tentei esconder, lutei
Fingi que o nada era melhor
E quis tudo de uma vez
Andei só
Ultrapassei a embriaguez
Me enchi de momentos
E morri
Morri nos teus braços
E nesses olhos tristes
Roubei o teu cheiro
Quis te dizer, mas algo me cala
Nossas vidas se confudem
Se fazem e se desfazem
Rompe limites dos amores impossíveis
E cansa..
Desistir talvez fosse mais fácil
Mais óbvio, mais sensato
Mas já não é mais uma escolha.
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